sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Calafrios

Andando pelo Belém com os pensamentos longe,
o frio congelante nesse mês é constante,
tudo se alinha com esse mês angustiante
acompanhado por almas perdidas viajantes.

Talvez perdidas precisando de amparo constante
de espíritos de luz com energia irradiante,
perante a isso a sinfonia se torna errante,
nada é certo, a cada momento tudo mais arrepiante.

Época de energias sinistras sentidas a cada esquina
ao saber que muito ser vivo sente frio todo o dia.
Toda noite a sensação de desencontro, nada de encontros,
nada de sonhos, apenas sentimento de abandono.

Olhos marejados e cansados pelo descaso,
nada brilha, tudo é massacrado a cada passo,
com os membros falidos pela sua história,
lembra como se fosse ontem toda sua trajetória.

Carrega consigo nada além do momento presente,
talvez nem se lembre que o amor já te fez contente.
O tempo muda e você tenta se adaptar e continuar
seguindo pra não ficar pra trás com sua paz.

A paz que nem sente mais, a parte do sentir ficou pra trás
junto com as memórias e os pedaços de lembranças lançadas no mar.
Nada que um dia já foi volta, tudo que volta não comporta
e a ilusão se molda ao retrato de mais um preso em sua gaiola.

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